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Alimentos hiperpalatáveis têm a sua primeira definição quantitativa apresentada no simpósio Obesity Week 2019

“Este estudo apresenta a primeira definição quantitativa de alimentos hiperpalatáveis, baseada em combinações de ingredientes-chave ligados à palatabilidade”, é o que afirma pesquisa apresentada por pesquisadores da Universidade de Kansas, nos EUA, no simpósio Obesity Week 2019.

Um alimento hiperpalatável é aquele em que a sinergia entre os componentes do alimento – como gordura, sódio (sal), açúcar e carboidratos – o torna mais saboroso do que normalmente seria.

Uma extensa pesquisa se concentrou em alimentos hiperpalatáveis (HPF); no entanto, o HPF é definido usando termos descritivos (por exemplo, fast food, doces) até o momento, que não são padronizados e não têm especificidade. O objetivo da presente pesquisa foi desenvolver uma definição quantitativa de HPF e aplicar a definição ao Banco de Dados de Alimentos e Nutrientes para

Estudos Dietéticos (FNDDS), dos Estados Unidos, para determinar a prevalência de HPF no sistema alimentar deste país.

Uma definição numérica de HPF foi desenvolvida extraindo definições descritivas comuns de HPF da literatura e usando um software de nutrição para quantificar ingredientes de gordura, açúcares simples, carboidratos e sódio. A definição foi aplicada ao FNDDS.

Os resultados mostram que os HPFs da literatura foram alinhados com três grupos:

1. Gordura e sódio (>25% kcal de gordura, ≥0,30% de sódio em peso).
2. Gordura e açúcares simples (>20% kcal de gordura, >20% kcal de açúcar).
3. Carboidratos e sódio (>40% kcal de carboidratos, ≥0,20% de sódio em peso).

No FNDDS, 62% (4.795/7.757) dos alimentos atenderam aos critérios de HPF. Os critérios de HPF identificaram uma variedade de alimentos, incluindo alguns rotulados como contendo gordura reduzida ou pouca gordura e vegetais cozidos em cremes, molhos ou gorduras.

Concluiu-se com esta pesquisa que uma definição de HPF derivada dos presentes dados revelou que uma porcentagem substancial de alimentos no sistema alimentar dos EUA pode ser hiperpalatável, incluindo alimentos não anteriormente conceituados como tais.

Os cientistas acreditam que um dos motivadores da epidemia da obesidade é o acesso imediato a alimentos hiperpalatáveis e densos em energia e que podem ativar nosso neurocircuito de recompensa cerebral. Eles também alertam que são necessários mais estudos analisando as características dos alimentos que os tornam hiperpalatáveis e estimulam o consumo excessivo. Quando esta definição estiver pronta para uso clínico, isso ajudará pacientes a evitar esse tipo de alimentos.

Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Fonte: Obesity, em 5 de novembro de 2019.
https://www.news.med.br/p/saude/1352578/alimentos+hiperpalataveis+tem+a+sua+primeira+definicao+quantitativa+apresentada+no+simposio+obesity+week+2019.htm