Novo estudo mostra que a cirurgia bariátrica tem mais benefícios do que simplesmente perder peso, também resultando em melhora duradoura na vida sexual dos pacientes.
No estudo multicêntrico feito com mais de 2.000 homens e mulheres que tinham problemas funcionais sexuais antes da cirurgia, os pesquisadores descobriram que mais da metade informou a melhora de suas vidas sexuais dentro de um ano da cirurgia. Esta melhora foi mantida para a maioria desses pacientes nos cinco anos de acompanhamento, segundo relatos da equipe de pesquisadores publicado on-line no periódico JAMA Surgery em 20 de fevereiro.
“A satisfação com a vida sexual aumenta um ano após a cirurgia bariátrica, e essa melhora é mantida em homens e mulheres até cinco anos após a cirurgia”, disse a primeira autora do estudo, Kristine Steffen, da School of Pharmacy da North Dakota State University, em Fargo.
Antes da cirurgia, e um e cinco anos após a cirurgia, as 1.607 mulheres e 429 homens participando da análise preencheram questionários sobre o desempenho e a satisfação sexual, e todos referiram problemas.
Antes da cirurgia, 1.015 das 1.456 (69,7%) mulheres e 304 dos 409 (74,3%) homens disseram que não estavam satisfeitos com a própria vida sexual. Entre os participantes insatisfeitos, 56% das mulheres e 49,2% dos homens referiram melhora significativa em um ano.
Especificamente, os homens foram 1,57 vezes mais propensos do que antes da cirurgia a informar melhora da frequência do desejo sexual, 1,53 vezes mais propensos a descrever melhora da frequência da atividade sexual, 3,97 vezes mais propensos a referir menos limitações físicas para o ato sexual, e tiveram 2,37 vezes mais chances de relatar melhora da satisfação com suas vidas sexuais.
As mulheres tiveram 1,5 vezes mais chances de informar, um ano após a cirurgia, melhora da frequência do desejo sexual, 1,53 vezes mais probabilidade de referir melhora da frequência de atividade sexual, foram 3,7 vezes mais propensas a descrever menos limitações físicas no sexuais ato sexual, e 2,11 vezes mais propensas relatar melhora da satisfação com suas vidas sexuais.
Muitas dessas melhoras duraram cinco anos completos. Para os participantes que tiveram melhora no primeiro ano em termos de limitações físicas, por exemplo, três quartos das mulheres e mais de dois terços dos homens continuaram informando melhora no quinto ano.
“Houve significativamente menos mulheres que tiveram melhora da frequência do desejo, frequência da atividade e do grau de limitação física do ato sexual no quinto ano depois da cirurgia em comparação com um ano após a cirurgia”, escreveu Kristine por e-mail.
“Nas mulheres, a melhora precoce na satisfação com a vida sexual foi mantida até o quinto ano. Nos homens insatisfeitos antes da cirurgia, as melhoras iniciais foram mantidas até o quinto ano em todos os aspectos, exceto no grau de limitação física do ato sexual”.
“(O novo estudo) destaca a importância de olhar para além do que tradicionalmente fazemos na cirurgia bariátrica”, disse a Dr. Kimberley Steele, médica da Johns Hopkins Medicine, em Baltimore.
“Tradicionalmente, avaliamos desfechos como a perda do peso e seus correlatos, como diabetes, colesterol, hipertensão arterial sistêmica e apneia do sono”.
A Dr. Kimberley, que não participou do estudo, disse que espera que estes resultados aumentem a conscientização sobre “algo que não é falado com frequência: a função sexual”. Quase 70% das mulheres e 74,3% dos homens consideravam isso um problema no pré-operatório.
“Esta foi uma boa maneira, por meio de cirurgia validada e de uma grande coorte, de mostrar como a perda de peso com a cirurgia bariátrica melhora o desempenho sexual e, portanto, a qualidade de vida”, disse a Dr. Kimberley.
“Mais mulheres do que homens buscam a cirurgia bariátrica. Aumentar a conscientização de que a perda de peso melhora a disfunção sexual e, portanto, também a qualidade de vida, talvez encoraje mais os homens a considerarem a cirurgia bariátrica como uma opção”.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
FONTES: https://bit.ly/2Iwbz1y
https://bit.ly/2Xh. BYDA JAMA Surgery 2019.
https://portugues.medscape.com/verartigo/6503302