A inflamação é um fator importante no desenvolvimento do câncer colorretal. Em novo estudo, pesquisadores investigaram se dietas pró-inflamatórias podem aumentar o risco do desenvolvimento desse tipo de câncer. Os resultados foram publicados essa semana no JAMA Oncology.
Para isso, foi realizado um estudo de coorte de 46.804 homens e 74.246 mulheres , acompanhados por 26 anos para examinar a relação entre alimentos pró-inflamatórios e a incidência de câncer colorretal, através do escore EDIP (empirical dietary inflammatory pattern). Os pesquisadores também examinaram associações entre o consumo de álcool e peso corporal.
Foram documentados 2.699 casos de câncer colorretal. Os participantes do quintil mais baixo do EDIP apresentaram uma taxa de incidência de câncer colorretal de 113 (homens) e 80 (mulheres); já aqueles no quintil mais alto tiveram uma taxa de incidência de 151 (homens) e 92 (mulheres).
Comparando os participantes no quintil mais alto vs. mais baixo em análises ajustadas multivariáveis, maiores pontuações no EDIP foram associadas a um aumento no risco de desenvolver câncer colorretal de 44% , 22% e 32% .
Na análise de subgrupos, as associações diferiram pelo nível de ingestão de álcool, com ligações mais fortes entre os homens e mulheres não consumindo álcool; e pelo peso corporal, com associações mais fortes entre homens com sobrepeso/obesidade e mulheres magras .
Para os autores, esses achados sugerem que a inflamação é um mecanismo potencial que liga os padrões alimentares e o desenvolvimento do câncer colorretal. As intervenções para reduzir o papel das dietas pró-inflamatórias podem ser mais efetivas entre os homens com sobrepeso ou obesidade e mulheres magras, ou homens e mulheres que não consomem álcool.
Referências: Tabung FK, Liu L, Wang W, Fung TT, Wu K, Smith-Warner SA, Cao Y, Hu FB, Ogino S, Fuchs CS, Giovannucci EL. Association of Dietary Inflammatory Potential With Colorectal Cancer Risk in Men and Women. JAMA Oncol. Published online January 18, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2017.4844
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