Tanto o tempo como os determinantes moleculares da metástase são desconhecidos, dificultando os esforços de tratamento e prevenção do câncer colorretal. Neste estudo, publicado pela revista Nature Genetics, foi caracterizada a dinâmica evolutiva deste processo de metástases para o fígado ou para o cérebro analisando dados de sequenciamento de exoma de 118 biópsias de 23 pacientes com metástases de câncer colorretal. Os dados mostram que a a divergência genômica é baixa entre o tumor primário e as metástases e que os genes canônicos que dirigem a tumorigênese foram adquiridos precocemente.
A análise com um Modelo de Crescimento Espacial de Tumor e um quadro de inferência estatística indica que a disseminação precoce das células (81%, 17 de 21 doentes avaliados semearam metástases) ocorre enquanto o carcinoma ainda é clinicamente não detectável (tipicamente inferior a 0,01 cm³). Os pesquisadores validaram a associação entre os primeiros condutores e metástase em uma coorte independente de 2.751 pacientes com cânceres colorretais, da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford (Stanford University School of Medicine), demonstrando a sua utilidade como biomarcadores de metástase.
Essa estrutura conceitual e analítica fornece evidências quantitativas in vivo de que a disseminação sistêmica pode ocorrer precocemente no câncer colorretal e estratégias de estratificação de pacientes e de alvos terapêuticos voltados para genes canônicos que dirigem a tumorigênese deste tipo de tumor são fundamentais.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.