As causas de doenças e de mortes variam muito na dependência do estilo de vida e das condições socioeconômicas de cada população e numa mesma população ao longo do tempo.
Além disso, a comparação entre diversas estatísticas de causas de morte torna-se difícil, senão impossível, porque cada uma delas baseia-se em parâmetros diferentes: algumas em diagnósticos clínicos das enfermidades que causaram a morte (por exemplo: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, tuberculose, etc.), outras em etiologias (por exemplo: doenças infecciosas, doenças degenerativas, etc.) e outras, ainda, em condições subjacentes (por exemplo: hipertensão arterial, condições metabólicas e nutricionais, etc.).
Mais da metade (52%) das mortes ocorridas em 2016 em países de baixa renda aconteceram por doenças transmissíveis, causas maternas derivadas da gravidez ou parto e deficiências nutricionais. Em contraste, essas condições só estavam presentes em 7% das causas de morte em países de alta renda.
As doenças não transmissíveis são responsáveis por 37% dos óbitos em países de baixa renda e por 88% em países de alta renda. Ou seja, as doenças transmissíveis como causas de morte predominam em países de baixa renda em relação aos países de alta renda.
Quais são as doenças que mais matam no mundo?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as seguintes 10 principais causas de morte foram responsáveis por 54% das mortes ocorridas em 2016. Por ordem de frequência, foram:
1. Cardiopatia isquêmica;
2. Acidente vascular cerebral;
3. Doença pulmonar obstrutiva crônica;
4. Infecções da vias respiratórias inferiores;
5. Alzheimer e outras demências;
6. Câncer de pulmão, traqueia ou brônquios;
7. Diabetes;
8. Acidentes de trânsito;
9. Doenças diarreicas;
10. Tuberculose.
Essa relação não se modificou até hoje, embora em alguns casos essa ordem possa ter sido alterada.
Quais são as doenças que mais matam no Brasil?
Dados do Ministério da Saúde mostram que, nove décadas atrás, as doenças infecciosas e parasitárias eram as responsáveis pela maior taxa de mortalidade no país (cerca de 46%). Hoje, esse cenário mudou e as cinco doenças que atualmente mais matam no Brasil são:
• Doenças do coração e do aparelho circulatório;
• Câncer;
• Pneumonia e doenças respiratórias;
• Diabetes mellitus e doenças endócrina, nutricionais e metabólicas;
• Doenças do fígado e do aparelho digestivo.
Mais de 340 mil mortes/ano estão relacionadas às doenças do aparelho circulatório, incluindo doenças isquêmicas, doenças cardiovasculares, infarto agudo do miocárdio e doenças hipertensivas.
Cerca de 200 mil pessoas/ano são vítimas de câncer.
A pneumonia e as doenças respiratórias matam 139 mil pessoas/ano, sendo que destas mortes, quase 80 mil/ano foram ocasionadas unicamente pela pneumonia.
Cerca de 74 mil pessoas/ano morrem no Brasil por ano por causa de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, 78% das quais faleceram em decorrência da diabetes. Por sua vez, a desnutrição matou mais de 6 mil brasileiros. Essas doenças estão associadas ao estilo de vida das pessoas: agitação dos grandes centros, sedentarismo, estresse, má alimentação, consumo excessivo de drogas, cigarros e bebidas alcoólicas, entre outros fatores.
As doenças do fígado e do aparelho digestivo são responsáveis por cerca de 63 mil mortes por ano.
A maior preocupação é que essas estatísticas crescentes de morte derivam sobretudo do atual estilo de vida da maioria dos brasileiros. Estudos mostram que fatores como má qualidade de vida, má alimentação, excesso de trabalho, entre outros, são os principais responsáveis por uma população tão doente.
Outro fator responsável pelo número crescente de doenças e mortes é o uso excessivo de drogas e remédios farmacêuticos. As pessoas ficam dependentes desses remédios para aliviar a dor momentaneamente, o que, por sua vez, corrobora para o surgimento de outras doenças.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da World Health Organization (WHO) e do site do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME).
https://www.abc.med.br/p/1345293/doencas+que+mais+matam+no+mundo+e+no+brasil.htm