Nova York (Reuters Health) – A alteração da intensidade do exercício para acomodar a fadiga induzida pela quimioterapia melhora a adesão à atividade física, relatam pesquisadores.
O aumento da sensação de fadiga após infusões de quimioterapia geralmente afeta a capacidade física e a disposição do paciente para se exercitar. A periodização é uma estratégia de exercícios que varia a intensidade ou o volume do treinamento, a fim de maximizar as melhorias de condicionamento físico e permitir a recuperação.
A Dra. Kristin L. Campbell, da University of British Columbia, em Vancouver, Canadá, e colaboradores, investigaram se a periodização do exercício em torno dos ciclos de quimioterapia (ou seja, intensidade e duração reduzidas durante as semanas de quimioterapia) melhorava a adesão ao programa de exercícios, em comparação com o programa de exercícios que progredia sem levar em consideração o tempo de quimioterapia.
Eles designaram aleatoriamente 12 pacientes para um programa supervisionado de exercícios aeróbicos e de resistência seguindo uma prescrição de exercícios periodizada com a quimioterapia, e 15 para um programa padrão durante a quimioterapia.
A fadiga nos participantes, avaliada pelo escore total de fadiga da escala de fadiga de Piper revisada (vaira de 0 a 10), aumentou do início da intervenção (média marginal de 3,2) para antes do terceiro ciclo de quimioterapia (4,1), aumentou ainda mais, atingindo um pico de três a cinco dias após o terceiro ciclo (5,1), e diminuiu imediatamente antes do quarto ciclo de quimioterapia (4,3).
A participação geral durante a quimioterapia foi maior no grupo que seguiu um programa periodizado com as infusões do que no grupo de prescrição padrão de exercícios (78% vs. 63%, P = 0,05), relatam os pesquisadores no artigo publicado on-line em 4 de setembro no periódico Medicine and Science in Sports and Exercise.
Durante as semanas de quimioterapia, a participação foi significativamente maior no grupo periodizado do que no grupo padrão (77% vs. 57%, P = 0,04), enquanto a participação de ambos os grupos tendeu a ser mais alta durante as semanas sem quimioterapia (79% vs. 65%, P = 0,09).
A adesão geral à intensidade e à duração da atividade física não diferiu entre os programas, mas a adesão ao treinamento de resistência foi significativamente maior no programa periodizado do que no programa padrão.
“No presente estudo, utilizamos uma abordagem periodizada por quimioterapia para o exercício durante a quimioterapia em mulheres com câncer de mama em estágio inicial e descobrimos que essa prescrição pode otimizar a adesão ao acomodar os efeitos colaterais do tratamento”, concluem os autores.
“As descobertas relatadas neste artigo fornecem uma parte da base necessária para refinar e direcionar a abordagem ideal para a prescrição de exercícios em populações oncológicas”, finaliza o texto.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
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