A resistência à insulina tem sido proposta como mediadora do aumento da incidência de câncer e da mortalidade associada à obesidade. No entanto, estudos anteriores incluíram apenas mortes por câncer e tiveram resultados inconsistentes. Portanto, pesquisadores norte-americanos avaliaram a resistência à insulina e a mortalidade específica por câncer e por todas as causas em mulheres na pós-menopausa que participaram do estudo Women’s Health Initiative (WHI).
Foram elegíveis 22.837 participantes (uma subamostra do WHI), com idades entre 50 e 79 anos, matriculados em 40 centros clínicos nos Estados Unidos, de 1993 a 1998, que tinham níveis basais de glicose e de insulina em jejum. A resistência inicial à insulina foi medida pelo modelo de avaliação da homeostase de resistência à insulina (HOMA-IR). Os cânceres foram verificados pela revisão do registro médico central e as mortes verificadas pelo registro médico e pela revisão do atestado de óbito aprimoradas por consultas ao National Death Index. Os modelos de regressão de riscos proporcionais de Cox foram usados para calcular as razões de risco ajustadas (HRs) e os intervalos de confiança de 95% (ICs) para mortalidade específica por câncer e por todas as causas.
Durante uma mediana de 18,9 anos de acompanhamento, ocorreram 1.820 mortes por câncer e 7.415 mortes no total. O maior quartil HOMA-IR foi associado à maior mortalidade específica por câncer.
Uma análise de sensibilidade para o status de diabetes não alterou os achados. Entre as mulheres com IMC
A alta resistência à insulina, medida pelo HOMA-IR, identifica mulheres na pós-menopausa com maior risco de mortalidade específica por câncer e por todas as causas que poderiam se beneficiar da intervenção precoce.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.