O que é a síndrome de Lynch?
A síndrome de Lynch é uma condição hereditária que faz com que as pessoas tenham um maior risco de ter cânceres do trato digestivo, ginecológico e em outros órgãos. As pessoas que têm síndrome de Lynch têm um risco significativamente aumentado de desenvolver câncer colorretal e também um maior risco de terem câncer do endométrio, câncer gástrico, câncer do ovário, câncer do intestino delgado, câncer do pâncreas, câncer do trato urinário, câncer do rim, câncer do ducto biliar, certos tumores da pele e tumores cerebrais. Pessoas com síndrome de Lynch também podem estar em risco ligeiramente aumentado de terem câncer de mama e de próstata.
Embora somente 3 a 5% da totalidade dos casos de câncer de cólon e reto se devam à síndrome de Lynch, os indivíduos que têm essa condição portam 70% de chances de desenvolverem a doença e de ela ocorrer em idades mais jovens que a dos outros tipos de tumores.
Quais são as causas da síndrome de Lynch?
A síndrome de Lynch é uma condição genética, de herança autossômica dominante, o que significa que o risco de câncer pode ser passado de geração em geração de uma mesma família. Uma mutação (alteração) em certos genes já conhecidos confere a uma pessoa um maior risco de desenvolver câncer colorretal e outros cânceres relacionados ao longo da vida.
Basta que apenas um dos pais tenha genes alterados para transmitir esse risco aos filhos. As mulheres também têm um risco aumentado de desenvolver câncer de endométrio ou de ovário. Algumas pessoas desenvolvem mudanças em genes que não são herdados, mas relacionados ao processo de envelhecimento e outras causas que ainda não são bem compreendidas.
Quais são as principais características clínicas da síndrome de Lynch?
Quando várias pessoas do mesmo lado da família têm câncer colorretal, é possível que estejam apresentando síndrome de Lynch. A idade média para o diagnóstico de câncer colorretal na população em geral é de de 72 anos, mas para o câncer colorretal em alguém com síndrome de Lynch é de 45 anos. Não se sabe bem o porquê, mas nesta síndrome, este tipo de tumor é um pouco mais provável de se desenvolver no lado direito do cólon.
Como o médico diagnostica a síndrome de Lynch?
A síndrome de Lynch deve ser suspeitada se há um histórico familiar que atende às diretrizes do questionário de Bethesda (protocolo de verificação da existência da síndrome) e pode ser confirmada através de um exame de sangue. No entanto, nem todas as famílias com síndrome de Lynch têm uma mutação nos genes tidos como específicos.
Para pessoas já doentes e com história familiar que sugira síndrome de Lynch, os testes podem ser realizados em tecido tumoral. Como a maioria dos cânceres colorretais são esporádicos e não devidos à síndrome de Lynch, os testes genéticos apenas são recomendados para pessoas com antecedentes familiares que sugerem essa síndrome.
Como prevenir a síndrome de Lynch?
O diagnóstico genético pré-implantação do embrião no útero é um procedimento médico feito quando da fertilização in vitro e permite que as pessoas que carregam uma mutação genética sejam selecionadas. Os ovos de uma mulher são removidos e fertilizados em laboratório e quando os embriões atingem um certo tamanho, uma célula é removida e é testada para a condição hereditária em questão e então os pais podem escolher transferir os embriões que não tenham a mutação.
Por seu turno, deve-se manter vigilância quanto à possibilidade dos diversos tipos de cânceres possíveis em indivíduos de risco, com colonoscopia periódica (a cada 1 ou 2 anos, a partir dos 25 anos), no que se refere ao câncer colorretal. Quanto aos tumores extra-cólicos recomenda-se que as mulheres se submetam a exames ginecológicos anuais e determinação do CA-125 a cada um ou dois anos a partir dos 30-35 anos de idade.
Referência: ABCMED, 2018. Síndrome de Lynch. Disponível em: http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1317948/sindrome+de+lynch
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.