A ingestão de alimentos ricos em fibras, como os encontrados na dieta mediterrânea, está ligada a um menor risco de colecistectomia, segundo um recente estudo francês.
Comparados a pessoas que não seguiam um padrão de dieta mediterrânea, aqueles que aderiram a ela tiveram um risco significativamente menor de colecistectomia, dizem os autores.
“Descobrimos que uma maior ingestão de legumes, frutas, óleo vegetal e pão integral estava associada a uma redução no risco de colecistectomia, e um maior consumo de presunto estava associado a um aumento no risco da cirurgia,” escreveram os autores no American Journal of Gastroenterology, em publicação on-line, no dia 25 de julho.
O novo estudo, liderado pela Dra. Amelie Barre, da University of Paris Sud,em Orsay, utilizou informações de quase 64.000 mulheres nascidas entre 1925 e 1950, que eram cobertas por um plano de seguro nacional. A cada dois anos, elas responderam perguntas sobre o próprio estado de saúde, histórico médico e estilo de vida.
Ao longo de 18 anos, 2.778 mulheres tiveram a vesícula biliar removida.
As que ingeriam em sua maioria legumes, frutas, óleo vegetal e pão de grãos integrais tinham de 13% a 27% menos probabilidade de realizar colecistectomia quando comparadas às mulheres que consumiam menores quantidades desses alimentos.
Um padrão dietético ocidental – incluindo alto consumo de carne processada, peixes em conserva, ovos, arroz, macarrão, aperitivos, pizza, batatas, bolos e álcool – não estava associado a um maior ou menor risco para a cirurgia. Houve, no entanto, uma associação entre a ingestão de presunto e o risco de colecistectomia.
Mas quando os pesquisadores atribuíram um escore de dieta mediterrânea a todos os participantes, descobriram que as mulheres com maior pontuação apresentavam 11% menos chances de operar do que as mulheres com pontuação mais baixa.
Este tipo de estudo observacional não pode provar que uma dieta mediterrânea foi o motivo de um menor risco de colecistectomia nessas mulheres, ou que a ingestão de presunto causou maior risco. Além disso, as ingestões dietéticas foram autorrelatadas em apenas uma ocasião. Os relatos podem não ter sido precisos, e as dietas dessas mulheres podem ter mudado ao longo do tempo.
Ainda assim, a dieta de estilo mediterrâneo tem sido consistentemente associada a uma vida mais longa, disse o Dr. James Lewis, gastroenterologista da University of Pennsylvania, na Filadélfia, que não fez parte do estudo.
“Se as pessoas realmente querem pensar sobre o que deveriam estar comendo para aumentar a longevidade, é muito fácil para mim recomendar que tentem seguir uma dieta de estilo mediterrâneo”, disse ele.
De fato, o U.S. Department of Agriculture recentemente recomendou que os americanos sigam uma dieta muito semelhante a uma alimentação de estilo mediterrâneo, observou Dr. Lewis.
“Esta não é apenas uma das muitas razões pelas quais devemos seguir esse estilo de dieta. Se você olhar para a literatura publicada sobre padrões alimentares, o que verá é que a dieta de estilo mediterrâneo tem sido associada a uma redução na mortalidade geral, e também à redução de mortalidade cardiovascular e do risco de câncer“, disse ele.
FONTE: http://go.nature.com/2wpsVSL
Referência: https://portugues.medscape.com/verartigo/6501493