Dra. Carolina Gonçalves | AAS recomendado na prevenção do câncer colorretal
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AAS recomendado na prevenção do câncer colorretal

Publicada no Journal of American Medical Association: Oncology (JAMA Oncology), o estudo de coorte com mais de 30 anos de follow-up demonstrou que, comparado a usuários irregulares de AAS (menos que 2 vezes por semana) ou não usuários, o uso regular reduziu em 3% o risco global de câncer, com redução maior observada nos cânceres gastrintestinais (15%), especialmente o câncer colorretal (19%).

Considerando o resultado deste e de outros estudos, a US Preventive Services Task Force (USPSTF) acaba de publicar suas recomendações finais no Annals of Internal Medicine. Resumimos abaixo as principais recomendações da publicação de 12/04:

Pacientes com idade entre 50 e 69 anos com risco cardiovascular em 10 anos maior que 10% e que não apresentem alto risco de sangramento devem considerar tomar aspirina em dose baixa (até 100 mg/dia) para prevenção cardiovascular e de câncer colorretal;
Pacientes que estão considerando iniciar o uso de ácido acetilsalicílico devem ter expectativa de vida maior que 10 anos e devem estar dispostos a tomar a medicação em dose baixa (até 100 mg/dia) por pelo menos 10 anos (dado o benefício a longo-prazo de seu uso);
A decisão entre tomar ou não tomar é individual e deve considerar os riscos e benefícios, pois esta estratégia, comprovadamente, aumenta o risco de sangramento gastrointestinal e de AVE hemorrágico;
O maior benefício é observado no uso continuado pelo resto da vida quando iniciado precocemente (especialmente entre 40 e 59 anos).

Outros estudos recém divulgados já haviam demonstrado os benefícios do AAS na oncologia, como o potencial benefício da droga em dobrar a sobrevida em 5 anos em pacientes com câncer gastrintestinal, em estudo apresentado no congresso europeu de câncer do ano passado.

As evidências do benefício na prevenção do câncer colorretal parecem suficientes para superar seus riscos (especialmente o aumento nos sangramentos gastrintestinais e acidentes vasculares hemorrágicos). Tanto que o US Preventive Services Task Force (USPSTF) já recomenda o uso prolongado de AAS (por mais de 10 anos) para a prevenção de doença cardiovascular e câncer colorretal em pacientes adultos de 50 a 69 anos com risco cardiovascular aumentado.

Os efeitos do AAS na prevenção de câncer gastrintestinal demonstrou ainda um efeito dose-resposta, observado a partir de 6 anos de tratamento regular. O medicamento não demonstrou benefício na prevenção do câncer de mama, próstata ou pulmão.

Vale destacar que, independente dos resultados animadores destes estudos, a melhor estratégia de prevenção continua sendo o rastreio de lesões precursoras (pólipos colorretais) ou incipientes. Novos estudos devem ser realizados antes que tiremos conclusões definitivas e antes que recomendações mais amplas do uso do AAS neste contexto sejam oficializadas.

Referência: http://pebmed.com.br/2016/03/10/aas-diminui-risco-de-cancer/

http://pebmed.com.br/2016/04/14/aas-recomendado-na-prevencao-do-cancer-colorretal/

Editorial Online: http://oncology.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=2497876

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