26 mar OMS apela aos jovens que fiquem em casa: “Vocês não são invencíveis”

Genebra (Reuters) – O novo coronavírus SARS-Cov-2 também pode adoecer e matar jovens e essa população precisa ajudar a evitar o contágio de pessoas mais velhas e vulneráveis, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na última sexta-feira (20).

Com mais de 210.000 casos relatados em todo o mundo e um número de mortos de 9.000, “cada dia traz um novo e trágico marco”, disse o diretor-geral da entidade, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma coletiva de imprensa virtual.

“Embora as pessoas mais velhas sejam as mais atingidas, as mais jovens não são poupadas. Dados de muitos países mostram claramente que pessoas com menos de 50 anos representam uma proporção significativa de pacientes que necessitam de hospitalização”, disse o Dr. Tedros na coletiva.

 

     “Hoje tenho uma mensagem para os jovens: vocês não são invencíveis, esse vírus pode colocá-los no hospital por semanas ou até matá-los. Mesmo se vocês não ficarem
       doentes, as escolhas que fizerem sobre onde vão podem ser a diferença entre vida e morte para outras pessoas”, alertou.

Além do alerta, a OMS divulgou uma boa notícia: pela primeira vez, a cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto, não registrou novos casos de Covid-19no dia anterior à coletiva (19), “dando esperança ao resto do mundo de que mesmo a situação mais grave pode ser revertida”, disse o Dr. Tedros.

Em meio à escassez global de equipamentos de proteção para profissionais de saúde e de testes de diagnóstico, os produtores chineses concordaram em fornecer insumos à OMS. Os arranjos estão sendo finalizados e os embarques coordenados para reabastecer o armazém da OMS em Dubai, para então enviar os suprimentos aos locais quem que eles são mais necessários, informou a entidade.

Serão necessárias “pontes aéreas” para agilizar os suprimentos mais vitais para alguns países, pois muitos voos comerciais foram cancelados, de acordo com o Dr. Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS.

A entidade distribuiu 1,5 milhão de testes de laboratório em todo o mundo e pode precisar de potencialmente 80 vezes mais para enfrentar a pandemia, disse o Dr. Mike.

Questionado sobre a situação no Irã – o país está comemorando o Ano Novo Persa enquanto luta precisa lidar com mais de 1.400 mortos e quase 20 mil infectados com o novo coronavírus – ele disse que essas celebrações precisam ser modificadas.

Reuniões em massa “não apenas amplificam a doença, mas podem disseminá-la para muito longe. Assim, elas podem ser muito, muito, muito, muito perigosas em termos de gerenciamento de epidemias”, salientou o especialista.

Na mesma coletiva a OMS anunciou que passou a recomendar o termo “distanciamento físico” em vez de “distanciamento social” para ajudar a impedir a transmissão do vírus.

“Estamos mudando para ‘distanciamento físico’ de propósito, porque queremos que as pessoas continuem conectadas”, disse a Dra. Maria Kerkhove, epidemiologista da OMS.

 

“Portanto, é preciso encontrar maneiras de fazer isso, por meio da internet e de diferentes redes sociais, para permanecer conectado, porque a saúde mental durante a
pandemia é tão importante quanto a saúde física”, disse ela.

Referência: https://portugues.medscape.com/verartigo/6504600